quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

AMSTERDÃ - ONDE O ILEGAL É PERMITIDO

Depois de 3h de viagem de trem vindo de Paris, chegamos em Amsterdã as 14h. 
Já gostei logo de cara pois a estação de trem já chama atenção pela beleza e lá tem táxi para 5 pessoas (minivan), coisa que em Paris não se via, além de os franceses cobrarem a mais para carregar suas malas.
O clima não estava tão frio quanto Paris e apesar de ter me dado desespero ao ver as primeiras placas e não entender absolutamente nada do que estava escrito (em holandês), logo percebi que todos os holandeses falam como segunda lingua o inglês (UFA!!!). São bem mais simpáticos e amigáveis com o turista.
Ficamos hospedados no Hotel Espresso (av. Overtoom), um hotel novinho em folha, com elevador, muito bem localizado (perto de mercados, pizzaria, restaurante, farmacia, ponto de bondinho) e cafeína grátis na máquina de café da recepção 24h por dia. 


Hotel Espresso e hall de entrada

 Máquina de café na recepção, café grátis todo dia e toda hora




A impressão inicial de Amsterdã é de que a cidade é toda de uma cor só, meio marrom. A arquitetura dos prédio é bem tradicional, e a altura de todos eles é a mesma. Agora entendo quando um arquiteto fala " construção no estilo holandês". Outro detalhe que eu havia lido em minhas pesquisas é que em Amsterdã está concentrada a maior quantidade de bicicletas do mundo, sendo considerada a capital do ciclismo. Li no site G1 que a cidade enfrenta problemas devido o excesso de bikes. Mas só tomei consciência das notícias que havia lido quando vi pessoalmente, chega até a ser difícil explicar para quem está de fora, o tanto que a bicicleta faz parte da cultura holandesa. As ciclovias passam por toda a cidade beirando as calçadas (a demarcação é tão singela que demorei a perceber e quase fui atropelada algumas vezes) e por todo lugar há estacionamentos ou as bikes estão amarradas a algum lugar (qualquer lugar: poste, árvores, grades, pontes, portões, etc).
E não fique pensando que é só pegar uma bike e sair andando, na cidade existe todo um planejamento urbano para isso, faróis nos cruzamentos e leis de trânsito para os ciclistas.
Achei um charme o modelo retrô das bicicletas, já que aqui no Brasil estamos acostumados a ver somente bicicletas esportivas. Bom, para os holandeses ciclismo não é esporte e sim meio de transporte!
O trânsito geral na cidade é muito confuso, pois existem várias maneiras de ser atropelado em Amsterdã: bondes, carros e táxis, ônibus, bicicletas e motos. Tudo junto e misturado, mas que com algum tempo de observação você vê que todo mundo se entende e o único capaz de provocar um acidente ali é você turista desavisado!!

 - a "cidade marrom" e sua arquitetura

- Bicicletas e a ciclovia marrom ao lado da calçada


- estacionamento de bikes próximo a estação de trem e bicicleta com carrinho para levar crianças ou animais

PRIMEIRO DIA
Como já chegamos a tarde no hotel, saímos a pé para explorar o que havia ali por perto,  e assim chegamos aos 2 principais museus da cidade: o Rijksmuseum e o museu Van Gogh, pelo que entendi ficam numa praça chamada Museumplein, na museumstraat (rua do museu). 
Não entramos nos museus por falta de interesse mesmo, apenas tiramos fotos na frente e passeamos pelos arredores, até que decidimos procurar a fábrica da Heineken. Como a cidade é pequena, dá para fazer tudo a pé, basta ter um mapa, que você pega na recepção do hotel.
O mapa é um pouco complicado de se entender porque os nomes em holandês são muito estranhos e cheios de letras, e só depois de um certo tempo que percebi que muitas palavras derivam do inglês mas são escritas mudando ou acrescentando algumas letras.


- ruas da cidade e seus nomes estranhos


- placas proibindo o consumo de maconha e bebida alcoolica no meio da rua e mais nomes de rua




Caminhando chegamos a Heineken, de um lado está a fábrica de verdade e do outro uma réplica, com museu contanto a história da cerveja e suas etapas de fabricação, e se chama Heineken Experiense! Para quem gosta de cerveja em geral ou é fã da cerveja heineken, vale muito a pena. Nós pegamos o último grupo de visita as 18h. A entrada custa 18euros e inclui 2 chopps além da degustação que já faz parte do passeio e de brinde ainda ganha um vale passeio de barco. Você recebe uma pulseira e o ingresso.
Esse museu da Heineken é super interativo, tem muita coisa legal para se tirar foto e guardar de recordação, tem atrativos tecnológicos, como efeitos de luz,cinema 3D, chão com holograma, música, etc...Primeiro você passa por toda a história do criador da cerveja e sua evolução desde a primeira cerveja fabricada. Depois você passa pela réplica da fábrica com todos seus processos e ingredientes da cerveja. Em seguida vai para uma sala de degustação da cerveja, onde eles servem tulipas do chopp. Enquanto todo mundo civilizado pegou uma tulipa e esperou o garçom explicar os detalhes de cor, cheiro e sabor do chopp (em inglês), meu marido que nada estava entendendo (e por esperteza também) foi logo virando umas 2 tulipas enquanto o cara servia.
No local onde mostra o engarrafamento da cerveja e rotulagem, você pode fazer o rótulo da heineken longneck sair com seu nome ou outro para dar de presente, custa 6euros e só passa no cartão de crédito e você pega no final com o comprovante no giftshop.
Quando a excursão chega ao final você acaba em uma sala com um bar enorme, um ambiente com fotos e videos de todos os principais lugares do mundo, musica tocando, mais parece uma baladinha. É aí que você troca as fichinhas da sua pulseira por 2 chopps e curte o lugar bebendo. Tem gente de todo o mundo! 
Ao sair você passa pela lojinha para comprar roupas, canecas, bonés, tudo quanto é souvenir com o emblema da heineken e pegar sua cerveja longneck personalizada.




algumas das atrações interativas do passeio
- video no processo de engarrafamento e rótulo personalizado

 - chão com tampinhas digitais

De noite pegamos o bondinho para o DAM, a praça onde fica o obelisco, o Royal palace, a igreja Nieuwe e o museu Madame Tussauds (essa praça era nossa referência para quase tudo), e já fomos andando para o Red Light District, que é o "bairro da Luz vermelha" onde ficam as garotas de programa se oferecendo em vitrines para os homens que passam, e dentro das janelas você já vê o quarto ou sala ao fundo onde ocorre o programa. É só apertar o interfone, trocar uma ideia ou preço com as meninas e ali mesmo ela fecha a cortina e acontece o rala-e-rola....Na teoria é uma coisa tão mecânica que não vimos nenhum cara se interessando e chegando nas moçoilas, mas era cedo, então não sei mais tarde como é!! Esperava até um ambiente estranho mas é totalmente turistico, você vê famílias com crianças, casais, grupos de mulheres e claro muitos grupos de homens. Mesmo sendo considerado legalizados a prostituição e o consumo de drogas (nos coffe shops), sabemos que existe uma máfia que controla tudo, para que as coisas não saiam dos eixos, e para que a vida noturna de Amsterdã não se torne vandalizada ou violenta.
Infelizmente não se pode tirar fotos nesse bairro, há diversas placas proibindo máquinas fotográficas, policiamento e claro, qualquer pesquisa que você fizer vai te alertar para não arriscar, pois os cafetões que supervisionam as moças podem tomar sua câmera ou quebra-la, e você claaaaro que não vai querer irritar a máfia né!!! kkkkkkk....
Outra coisa muito estranha para nós foi ver os coffeshops pelo bairro, com pessoas chamando para entrar e consumir maconha, tem de tudo, vários tipos e sabores de ervas para fumar e bolinhos e cookies para comer. Eles falavam em inglês e o barulho da rua movimentada só me permitiu entender que eram locais permitidos para o uso da maconha e drinks, o cigarro normal era proibido lá dentro. Também não se pode fumar erva na rua, mas é comum sentir o cheiro em alguns lugares públicos ou ver alguém preparando o cigarro por aí. Não sei dizer se o uso de outras drogas também é liberado dentro desses coffeshops.
Lembre-se, se quiser somente tomar um café, procure uma Cafeteria, se for no coffeshop vai encontrar outra coisa, que não café!! kkkkkk....
Ao sair de lá voltamos as redondezas do hotel, no Leidseplein, uma área com grande variedade de atrações: ringue de patinação no gelo, barraquinha de lanches, Burguer King, bares, pubs e restaurantes. Optamos por lanchar um salsichão holandês apimentado tipo hot-dog e depois tomar uma cerveja em um pub irlandês. Achei que o movimento acabou cedo, porque lá pela meia noite os bares já estavam encerrando o atendimento, e era um sábado. De qualquer forma, estávamos cansados e resolvemos encerrar nossa noite também.











 
- bares ao redor da patinação no gelo e o pub que entramos

SEGUNDO DIA
Fomos em busca da Casa de Anne Frank, que acho que era o que eu mais queria ver na viagem a Amsterdã. Para quem já leu o livro, e é fã como eu de histórias sobre a época do holocausto, eu super recomendo a visita ao Anexo Secreto da casa onde Anne, sua familia e amigos viveram durante 2 anos escondidos dos alemães. O passeio percorre um pequeno museu nesse edificio, que um dia foi a empresa do pai de Anne, contando a historia da guerra, da familia, da empresa e das pessoas que os ajudaram enquanto estavam isolados do mundo. Todo lugar tem trechos do livro escrito nas paredes, videos curtos são exibidos sobre a guerra na Holanda e pessoas que conheceram Anne e sua família. Depois você chega ao famoso Anexo Secreto, passa de cômodo a cômodo vendo fotos da recriação do ambiente em que eles viviam e trechos do livro que os descrevem. Sim, só existem fotos, pois o pai de Anne (único que sobreviveu a guerra) deixou que recriassem os quartos para registrar em fotos mas depois quis manter tudo vazio simbolizando as milhares de pessoas e vidas que desapareceram na guerra. O tour termina na sala onde está o diário oficial e inúmeras folhas soltas escritas por Anne quando seu diário chegara ao fim.
Eu, que não sou judia e nunca vi uma guerra acontecendo, me emocionei muito. E vi algumas pessoas chorando mais do que eu, com certeza eram pessoas que viveram essa época, ou são judeus, ou tem alguma ligação muito forte com os acontecimento da II guerra.
Infelizmente esse é mais um ponto turistico que não se podia fotografar.
Tem livreto explicativo em português que conta em resumo a história do livro e o que você vai ver dentro do museu. Custa 9.50euros.
site: http://www.annefrank.org/en/

" Há de chegar o dia em que esta guerra medonha acabará, há de chegar o dia em que também nós voltaremos a ser gente como os outros e não apenas judeus!"



- igreja Westerkerk, e o prédio que era a empresa do pai e onde a família de Anne residiu por 2 anos num espaço que ela denominou Anexo Secreto


Somente eu e meu marido entramos no Museu Anne Frank, e ao sairmos de lá fomos encontrar o resto do grupo no museu Madame Tussauds, o famoso museu de cera que tem filiais em Las Vegas, Nova York e Paris.
Esse museu é muito divertido para toda a família, e os bonecos de cera são muito reais, alguns parecem que vão piscar a qualquer momento se você os ficar encarando, medonho kkkkkk!!! São muitas personalidades de vários ramos do entreterimento e da política mundial. Dá para arriscar algumas fotos engraçadas e rir da galera fazendo palhaçada. Foi muito legal. Custa 22euros a entrada. 
site: http://www.madametussauds.com/













- as celebridades do Madame Tussauds



Ao sair do museu de cera, paramos em um (dos vários) restaurante argentino que ficava na esquina, chamado La Boca. Todo mundo tava louco pra comer carne ou qualquer coisa que lembrasse um churrasco. Uma pena que os argentinos também não sabem o que são acompanhamentos e me contentei com um frango assado, salada chinfrim e batata frita!

- la boca, restaurante argentino

A noite decidimos conhecer um tal de Ice Bar, que é um bar todo feito de gelo! Parecia interessante...
O bar é próximo ao Canal House Willet Holthuysen e a entrada custou 15,50 euros com o cupom de desconto que pegamos no hotel (preço normal 19.50 euros). Para ser sincera não achei lá grande coisa, você chega e espera numa área de bar e quando dá a hora da seu grupo entrar, você coloca uma roupa térmica especial para aguentar o frio de -12graus e pode passar no máximo 40min, se aguentar!!!! O ingresso dá direito a 2 drinks lá dentro entre shots de vodka, jagermeister e uma bebida sabor laranja que não identifiquei. Todas bebidas para esquentar. 
Enquanto se está lá dentro não tem muito o que fazer, você toma os drinks, passa um filme em 3D muito sem graça de pinguins e o pior é que não pode tirar fotos (segundo eles o frio estraga os aparelhos, mas é mentira), mas eu bem que tentei, só que o lugar é tão pequeno que não dava pra bular muito as fiscais.
Lá dentro realmente tudo é de gelo: as paredes, as esculturas, os bancos e até o copo dos drinks. Pronto, é isso e só! Minha dica é que você só perca seu tempo e dinheiro se não tiver mais nada interessante para fazer. Acho que passamos uns 25min lá e fomos embora para um outro pub lá nas redondezas do ringue de patinação, o Café Mokum (site: http://www.cafemokum.nl/). O chopp era Bavaria (não a mesma do Brasil) e a música era boa para dançar, e tinha até uns gringos bêbados dançando lá! Pena que a galera começou a fumar demais lá dentro e fomos embora incomodados.

 - ice bar









TERCEIRO DIA
Nosso último dia foi um dia livre, eu e meu marido alugamos uma bike e os mais velhos foram as compras. É claro que tínhamos que passar pela experiência inesquecível de pedalar em Amsterdã e ainda faltava conhecer o maior parque da cidade, o Vondelpark.
Perto do hotel tinha uma loja de aluguel de bicicletas, a De Baron Fietsen (fietsen=bicicleta). Pagamos 8 euros por 3h de bike e recebemos instruções de uso da bike e dos cadeados. O preço para passar o dia todo compensava mais mas não íamos aguentar, ainda mais no frio de doer que fazia.
Rodamos pelo parque, fomos até as famosas letras "Iamsterdam" em frente ao Rijksmuseum, passamos pelo Hard Rock Café e pelo Red District, comemos uma lasanha numa lanchonete a 5 euros e voltamos ao hotel porque ainda faltava um , senão o melhor, programa da viagem, que começava as 19h.






- as famosas letras

A atração da noite era o show da banda NICKLEBACK, na casa de show de Amsterdã, a ZiggoDome. Compramos os bilhetes meses atrás pela internet e aguardávamos ansiosos por esse dia, que tristemente era o ultimo dia da viagem maaaaaaaaaaaaas fecharíamos com chave de ouro né!!!!
A casa de show era um pouco afastada do centro histórico onde ficamos, pegamos o bondinho até a quase a linha final e trocamos para o metrô que nos levou até lá.
A ZiggoDome é uma casa de shows gigante que fica em frente ao estádio do AJAX (time de futebol holandês), com restaurante e boate em anexo, extremamente organizada, com bar de bebidas, comidas saldáveis, doces e salgados, banheiros grandes e limpos. Para comprar qualquer coisa você precisa das fichas que você adquire em umas máquinas com o seu cartão de crédito.
A área das cadeiras na arena do show é dividida por sessões e fileiras, e compramos uma cadeira bem pertinho do palco. A primeira apresentação foi uma banda de rock bem legal e depois o Nickleback. Nem preciso dizer que foi MARAVILHOSO. Tocaram muitas das músicas mais antigas que são as melhores e nem vou falar muito, é melhor vocês verem por si só nos vídeos, mas garanto que foi o melhor show que já fui até hoje!!!!